sexta-feira

A Papisa II





Clique aqui para ver essa carta em outros baralhos

A Papisa

Ouvir em silêncio: É como se alguém quisesse lembrar-se de coisa esquecida.A consciência "ouve" em silêncio como alguém que "ouve" interiormente, a fim de evocar na noite do esquecimento uma coisa que conheceu anteriormente.

"...Quando alguém ouve em silêncio no estado de contemplação, faz de sua consciência um espelho, e esse espelho tem a função de refletir o que está no alto."


Uma mulher sentada, com um livro aberto sobre a saia e uma coroa tripla na cabeça.
Olha para a esquerda e veste uma túnica vermelha sobre a qual se desdobra um manto azul (em algumas versões as cores são opostas). Duas partes da sua tiara estão ornadas de florões, mas a parte superior é uma simples abóbada. Um véu, que lhe cai sobre os ombros, cobre totalmente os seus cabelos; na mesma altura desse véu, por trás, aparece uma cortina cujos pontos de fixação não são visíveis. Tampouco se podem ver os pés da mulher, assim como a base do trono. Fato curioso, que é reencontrado somente no arcano XXI, é que a figura ultrapassa a margem superior do quadro: o extremo da tiara supera a linha negra, um pouco à direita do número II.


A SACERDOTISA

Nuvens deslizam em profundo silêncio
Úmido orvalho se precipita à relva;
Tranquilo se oculta um templo
Em meio a grande relva
À entrada, duas colunas
de ouro e prata elas são
Forjadas de sóis e de luas
por meus olhos se passam e vão.


No coração do templo, muitas crianças
uma mulher ao centro brilha
em seus olhos vejo esperança
Muito distante, uma cobra sibila
a eles será passada a herança


A face da mulher é serena e macia
recordação de eras em si
Em seu colo, livro sob o manto havia,
quanta sabedoria não está guardada ali!


No templo, ecoa sua voz
tal qual sino a vibrar
Parábolas conta a seus filhos a sós
de homens e deuses está a falar...
Os pequenos de ouvir não se cansam
alma e espírito com a luz se alimentam
No solo, deitam e sonham
e suas colunas se aquecem e esquentam


Nobre Urânia das estrelas
um sorriso tem em seu olhar
está em todas as alamedas
mãe de tudo o que foi e será
Grandioso foi o seu obrar
não há mais nas terras
alguém que o possa contar
São seus filhos grãos de areia das praias
ela, o mar que os vem abraçar
Por um véu obscura,
alada serpente
dentre os séculos profunda
é existência que se vê e se sente...

Nenhum comentário: