sexta-feira

O Enamorado VI


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Poema

O Enamorado
Nas verdes paragens do meu coração,
os silfos vagam livres e em tons de festejo;
o som das corredeiras que se vêm e se vâo;
ao Norte e ao Sul, dois dragões eu vejo.

Na choupana, no casebre,
por trás de altas montanhas,
uma sacerdotisa; da fonte do amor ela bebe.
Ritual a se iniciar na noite e nas sombras...

Há uma bifurcação na estrada.
Ao centro, severo, um verdugo observa:
“Uma montanha existe para cada abismo de Gaia”.
A dúvida me aflige - qual das estradas revela?

De meus trajes frente a ela desnudo;
no pomar, uma rosa ainda em botão.
Como relâmpago os olhares se cruzam;
uma vela brota do árido chão...

Na estrada, a dúvida ainda me paralisa;
e é me dado o poder de ver além da distância:
eis o que tenho à vista:
- à direita, dor e prazer;
- à esquerda, prazer e dor.

Lábios sobre lábios;
é doce e forte o calor.
Ventre sobre ventre;
fulgurante flama de amor.

Nas planícies, antes tranquilas,
dragões estão a lutar ferozes.
O do Norte traz em seu seio a vida;
O do Sul traz em suas garras a morte.

No pomar, a rosa está a se abrir;
no casebre, se abrem seios e sentimentos.
Harmoniosa a lança em vermelho luzir;
O cálice está a se encher do unguento.

Ao meu redor duas fogueiras crepitam,
A segunda me leva o calor; a primeira mo dá.
da cor do vinho intenso elas são;
Em brasas queimando, à qual me atirar?

A rosa se abre esplendorosa;
seu vermelho se revela flamígero;
Nas paragens nem tão remotas,
o dragão do Norte venceu o do Sul.

No casebre, em cascata de fogo um querubim;
Abençoa a casa, sopro de força e valor.
Na fronte, o Selo do Deus Vivo eu vi.
A magia está feita, uma batalha acabou.


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Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I-
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
Robert Frost
Dois caminhos divergiram numa mata amarelada,
E triste eu não pude viajar por ambas
E sendo um viajante, permaneci longamente
E observei uma delas tão longe quanto possível
Até onde ela desaparecia na relva;
Então, eu tomei a outra, tão boa quanto,
E tendo talvez um apelo maior.
Já que era gramada e menos usada;
Talvez porque ao passar por ali
A tenha gastado igualmente,
E em ambas naquela manhã igualmente jaziam
Folhas não pisoteadas por passos
Oh, Eu deixei a primeira para outro dia!
Ainda que sabendo qual caminho leva aonde,
Eu duvidei se deveria jamais retornar.
Eu devo dizer isso com um suspiro
Em algum lugar anos e anos depois:
Dois caminhos divergiram numa mata, e
Eu-
Eu tomei a menos viajada,
E isso fez toda a diferença.

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