segunda-feira

O Eremita IX





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O EREMITA 
Nas flores, cores resplandecem;
As gaivotas me trazem o saudoso ar marinho;
Os frutos antigos rejuvenescem;
Sozinho estou no caminho.
No campo, na encosta,
Quando chegarei ao destino?
As trilhas que vejo dão voltas e voltas,
sobem e descem; aonde vão indo?
Nas nove profundezas me baixei;
O fogo está a arder.
As nove pérolas resgatei,
depois de tudo, o que virá a ser?
As vias as quais ando me chamam
ao coração profundo da Terra:
lugar para onde as pedras tornam;
tântrica e poderosa esfera.
Azul o céu, de nuvens imaculado;
minha vida é procura, no espaço e no chão.
Por muitas eras tenho viajado;
mas jazem inexploradas as veredas do coração.
Ergo a bússola da intuição;
a consciência é lâmpada.
Prossigo sem pausa, cajado na mão
Na trilha de luz que a estrada emana.
Nos caminhos não vejo final,
a escuridão me tortura sem trégua.
De minha espada devo limpar todo o mal
abrindo novos percursos, de légua em légua.
Nove meses no ventre materno jazi,
Novas vestimentas a mim fabriquei.
Os degraus, que são nove, subi;
A sabedoria do infinito terei.
Ao norte a bússola assinala.
Então vou para o norte, para o norte andar.
Sei que dura há de ser a estrada;
Agora, meus pés têm de trabalhar.

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