quarta-feira

A Morte XIII





"Não morri de mal sorte / morri de amor pela morte"

Clique aqui para ver essa carta em outros baralhos: apresentação de slides

POEMA
A MORTE (A IMORTALIDADE)

Quarta é a hora que ouço
no relógio do cemitério;
Preso em negro calabouço
no morrer meu evangelho.

À cova desço, na cruel treva
onde fantasmas estão a gozar;
Na espada a alma se alberga
é luta agora, é imenso batalhar.

Muitas sementes plantei
daninhas ervas que não falar;
Tanto cresceram, tanto mais chorei
chegado é o tempo de cortar.

As correntes que me prendem
são as que eu mesmo construí,
algemas frias, frio o ventre
tanta a energia que perdi!

Ah, meu solo malgastado;
seco, árido vejo a ti!
Teu calor foi embora sugado
a chuva trago agora aqui.

Oh, morte que tudo termina,
deusa morte, me leva a mim!
Em ti meu sofrimento se finda
à noite, do trigo do luar vejo o fim.

Eis que sopra nas paragens
doce brisa de transformação;
E limpa o céu, também os ares
purifica da poeira da ilusão...

Grande alegria me invade:
o calabouço se deita ao chão!
Sob a fúria da lança e da vontade
que traz o perfume da renovação.

Devo agora esquecer as feridas
que eu mesmo me causei, na virtude
me banhar, sob a luz construir guaridas;
Firmar casa na amplitude.




....................................................



I thank You God for most this amazing
day:for the leaping greenly spirits of trees
and a blue true dream of sky;and for everything
wich is natural which is infinite which is yes

(i who have died am alive again today,
and this is the sun's birthday;this is the birth
day of life and love and wings:and of the gay
great happening illimitably earth)

how should tasting touching hearing seeing
breathing any-lifted from the no
of all nothing-human merely being
doubt unimaginable You?

(now the ears of my ears awake and
now the eyes of my eyes are opened)
e.e.cummings

Eu Lhe agradeço Deus por mais este dia incrível: pelos espíritos verdes e saltitantes das árvores
e um céu azul de sonhos; e
por tudo
o que é natural o que é infinito
o que é sim

(eu, que tendo morrido estou vivo novamente hoje,
e este é o aniversário do sol; este é
o dia do nascimento da vida e amor: e do alegre evento da terra infindável)

como poderia qualquer ser humano provido de paladar tato audição visão –elevado do não de todo nada- duvidar do inimaginável Você?

(agora os ouvidos dos meus ouvidos despertam e
agora os olhos de meus olhos estão abertos).
e.e.cummings

Nenhum comentário: