
Clique aqui para ver essa carta em outros baralhos.
A TEMPERANÇA
E eis a quinta badalada
a soar nas profundezas do mar;
Nos puros veios d´água
necessito agora me lavar.
Água de meu poço beberei
agora, já é tempo de crescer
no coração, nesta hora sei
que nada sou, então vou ser...
Derramei minha taça muito
tempo, o vinho limpo se sujou
de negro, de veneno oriundo
da imunda cobra do terror.
Meu poder que joguei fora,
foi-se embora com os rios além.
Em leito aquoso durmo agora
nem mais ouço o gongo aquém!
Vem amim, flores dos altos cumes;
bebamos agora o néctar dos deuses
imortais, gozemos delícias e perfumes
nos divinos mananciais de mel e leite...
O elixir da vida longa, divina dádiva
que muitos buscaram, fabriquemos
de orvalho destilado da madrugada
caído sobre a rosa, tinta florescendo.
Enfim começa o meu trilhar
verdadeiro, antes só via pó e palha;
sobre a alva pomba a me batizar
fulge uma estrela, a luz não falha.
De carne e sangue fusionados
dos dois frascos, prata e ouro.
Do sangue Graal compartilhado
nascerá no amanhã um sol de fogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário