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O IMPERADOR
Cavalgo nos vales sob sol forte
à minha volta tudo uiva e venta
Um majestoso palácio ao norte
sob quatro colunas se sustenta
À porta uma esfinge me aguarda
pousa sobre mim seu fitar
Sobre os quatro caminhos do homem levanta as asas:
“Qual deles escolherás?”
Leste, Oeste, Norte, Sul...
para onde me virar?
Tortuosos são os caminhos, e nus
No final voltam ao mesmo lugar
“Escolho o caminho dos anjos”
Um tremor de terra ecoa em resposta
em brasas se fundem dos caminhos os escombros
sorriso enigmático a esfinge solta
Sigo o caminho à cavalo
enfim chego ao salão do rei
E lá o vejo, com cetro e coroa no alto
ao redor um poder que não mais verei
Seu trono brilha; de diamante é forjado
Aos seus pés os quatro animais sagrados
na minha alma sinto seus olhos a brandir
Os quatro elementos mostram suas faces e indagam:
“Que fazes aqui?”
O imperador ergue seu báculo:
os animais se recolhem e os elementos se calam
À direita me aponta uma cruz em aço;
minha miséria e sina se encontram e se esbarram
Aos meus ombros, a cruz é de chumbo
minhas pernas não me querem obedecer
Passo a passo, o sangue brota profundo
tão longo caminho a percorrer!
Suor e lágrimas estou a verter
só eu e a cruz, sozinhos no mundo
Em meu interior, um vazio que nada pode preencher
Afinal o cume é o fim
e a cruz é de fogo; é espada
Mergulho no oceano que carrego dentro de mim
em oração me encontram anjos à alvorada...
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